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E a manga rosa foi pra Sun Paulo.


No meu quintal tem muitas árvores. Em sua grande, grandíssima maioria são árvores frutíferas. Em meio a elas, existe um pé de manga pra lá de frondoso. Trata-se de um pé de manga rosa. Doce, docinha mesmo!
Mas, que posso eu fazer com mais de duzentas (200) mangas sendo despejadas em meu quintal, por dia? E olha que esta produção já vem ocorrendo a mais ou menos uns trinta dias (30).
Vou dar conta de todas elas? Sozinha inda por cima! Nem pensar! Tenho duas saídas. Ou deixo as frutas apodrecerem no chão, ou distribuo. Porém sair por aí, de casa em casa, levando sacolinhas de manga não dá. Minha coluna não permite.  
Assim, reativei o meu velho habito que deixou de ser realizado por quase dois anos, quando do meu retorno para a Capital.  Pois bem, voltei e a mangueira resolveu me acolher de volta à terra natal com uma produção tipo exportação. Exagerada que só!
Vamos ao ritual de todos os dias à tardinha. Juntar baldes e mais baldes de mangas. Deseja-las no tanque. Lavar. Colocar em sacos (sniff) plásticos transparentes e depositá-las no assento do muro. 

Pra que isto? Para compartilhar com todos. Os vizinhos já estão acostumados com uma de muitas das minhas santas maluquices. Mas os transeuntes não.
Ontem, ouvi (tap, tap) palmas no portão. Fui ver quem era:
- Pois não!
- O dona; essas mangas a senhora ta vendendo ou ta dando?
 - To dando. Pode pegar quantos pacotes você quiser.
- Ah, ta. E que ninguém faz isso.
- Eu faço. Fique a vontade para pegar quantas quiser.
- Brigado. Vou levar um pacote. Deixa os outros para os outros.
- Ok! Feliz Natal
- Pra senhora também.
No inicio da noite, como em todos os outros dias, já não havia mais nenhum pacote de manga.
Hoje, dia de natal, repeti a rotina.
E lá do fundo do quintal, enquanto eu colhia folhas de guaco para fazer um xarope, ouvi o dialogo de um dos meus vizinhos com um rapaz do qual não reconheci a voz.
- Será que pode pegar essas mangas? Será que tão boas?
- Pode sim.  São mangas fresquinhas.  De hoje.
- É mesmo! Vou levar pra São Paulo.
- Pode levar que elas aguentam a viagem.  
E assim, as magas do meu quintal estão a caminho de “Sun Paulo”.
Porque estou compartilhando isto com você? Porque o mundo é composto de uma maioria de pessoas de bom coração. Se as pessoas que não me conhecem estranham o meu gesto, o delas (o de perguntar se pode pegar algo que foi ali posto para quem quiser pegar) também me causa uma certa estranheza... Porém, nem tanta estranheza assim. Isto mostra que Gentileza gera Gentileza. Que podemos sim, modificar o mundo no qual vivemos. Com pequenos gestos do dia a dia. Simples assim... 

E as romãs? Já estão todas compromissadas.

Vem chuva por aí. E é das bravas. Como é que eu sei disto?
O vento que venta neste momento; vem do norte. Melhor desligar o computador.
Vou ficando por aqui. Uma linda e bela e feliz e colorida semana para todos. Feliz 2013.
E como caipira que sou. Inté mais ver.
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Sorvete



Boa tarde, meninos! Boa tarde, meninas!
Passei para desejar uma boa semana a todos e para dizer que:
“Cada um, cada um”. Mas “euzinha aqui” (e particularmente e, pessoalmente falando) prefiro o Frio cortante a este Calor enervante.
Entretanto, tudo na vida tem dois lados. (o da direita e o da esquerda, o acima e o abaixo, o belo e o feio, o claro e o escuro).
 E como não poderia deixar de ser, o calor também tem seu lado Positivo. É que no calor as pessoas consomem mais sorvetes. Principalmente os que vêm em potes de plástico que é o caos para a mãe natureza. E, para não prejudicá-la (tanto) a gente transforma os ditos potes de sorvete em maletas/ frasqueiras.
 Para carregar, guardar, organizar o quê?  O que você quiser. Depois que você o comprar não sou mais dona do pote e será você quem irá determinar o que quer guardar nele. Pouco importa se eu disse que o mesmo se prestava para guardar lenços de papel. Você pode determinar que vai guardar aquele monte de bugigangas que estão espalhadas no interior da gaveta da sua cômoda. Tudo quanto me resta é dizer: - Que assim seja e assim se faça; posto que desde que a Luz se fez, cada um decide o que é melhor para si.  
Beijos a todos, e, como caipira que sou; Intémaisver.
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Ísis e a sua Agulha de Ouro.

Bom dia meninas. Bom dia meninos.

Dedico este post a todos vocês, mas, em especial a Andreza B. Boal do Tecendosonhos.
Hoje vou falar um pouquinho, só um pouquinho mesmo, de Ísis e em como ela pode ser considerada a Protetora das Quilteiras (costureiras).

Como todos já sabem, Ísis é uma Deusa Egípcia, esposa e irmã de Osíris.  Filha de Nut (o céu) e Gueb (a terra).
Ísis é a Deusa dos Mil nomes. É aquela que governa o Céu, a Terra e a Lua. Sendo ainda a senhora da vida e da morte. A Deusa da cura. A rainha das estrelas e protetora dos mortos. Senhora dos eventos mágicos e da natureza. A Deusa da simplicidade. A mãe e a amiga de todos os homens, sem distinção. Por isso é considerada a mais Humana de todas as Deusas.
Seth, o invejoso irmão de Ísis e Osíris o matou e jogou o caixão contendo o corpo de Osíris nas águas do rio Nilo. As águas caudalosas levaram o caixão para longe.
Ao tomar conhecimento do fato, Ísis foi em busca do caixão, para que Osíris pudesse ter um enterro digno. Foi encontrá-lo na longínqua Biblos, cidade na costa da Fenícia, e o trouxe de volta ao Egito, ocultando a urna funerária em um pântano.
Naquela noite, Seth foi à caça e encontrou o caixão de Osíris.  Movido pelo ódio, Seth esquartejou o corpo de Osíris em catorze pedaços e espalhou as partes por todo o Egito com a clara intenção de que Ísis jamais os encontrasse para que assim Osíris não pudesse ter um enterro digno.
Ao saber do ocorrido Ísis e sua irmã Néftis saíram em peregrinação pela terra em busca dos pedaços de Osíris.
Encontraram treze pedaços, o décimo quarto que era o pênis de Osíris havia sido engolido por um peixe.  De posse das treze partes Ísis lançou mão de sua Magia e com sua agulha de ouro “costurou” o corpo de Osíris, refazendo o pênis com sua Magia.
Assim, com o corpo morto de Osíris, mas refeito, Ísis pode conceber Hórus (o olho que tudo vê).


Deste mito de Ísis e Osíris nasceu a "tradição" do dia da costura que ainda prevalece em alguns locais do planeta. Principalmente por aquelas mulheres que buscam perpetuar o legado de Ísis.
No dia consagrado à Deusa Ísis, 19 de julho, as mulheres se reúnem ao redor de um círculo, (de cadeiras, ou almofadas) munidas de seus bordados ou outras costuras que irão iniciar ali, naquele encontro.
 Colocam no centro do círculo uma flor branca (de preferência lírios) em honra a Ísis, e, enquanto tecem seus sonhos, vão relembrando e compartilhando fatos e conhecimentos importantes das suas vidas. Trocando informações e experiências enquanto mãe, filha, irmã, esposa, amiga, quilteira ou maga, ou bruxa, ou feiticeira, não importa. O que importa é compartilhar.
A duração deste encontro é determinada pelas participantes. O importante é que o trabalho de tecer seja concluído no mesmo dia, e que no final partilhem algum alimento e suco.
Este é o legado mágico de Ísis deixado para nós que também tecemos nossos sonhos e nossas vidas. Costurar, unir com as agulhas o que está separado. Dar forma ao que antes não tinha. Dar vida, ao que antes era apenas um sonho. Isto é a Ísis e o poder advindo dela em cada uma de nós, mulheres tecelãs.
Fico por aqui. Tenho muito para tecer.
A todos uma linda semana.
Beijos e como caipira que sou: Intémaisver. 


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Rosaflor



Tarde pessoal.


Ando parada? Não. Ando andando.
Ando sumida? Não. Estou presente na ausência.
Passei sorrateira pelas dobras do manto do Senhor Tempo e furtiva, - assim como quem nada quer - catei uns minutinhos dele para dizer "Olá" Meninos e Meninas do meu coração e lhes apresentar a ultima peça da produção artesanal. A boneca Rosaflor. Sei que tem umas falhas aqui e outras acolá, mas me perdoo posto que esta é a primeira que me atrevo a fazer deste modelo. A segunda há de ficar melhor e as próximas cada vez mais aprimoradas e mais e mais belas do que essa.
Mas se por acaso você quiser esta pra você, ela está à venda na loja Elo7. Ali você pode parcelar os pagamentos via Moip. Passa lá.
Vou ficando por aqui. A tarde anda acelerada e eu ainda tenho muito e mais por fazer antes de a Senhora Lua trocar de turno com o Senhor Sol.
Bom final de semana a todos, e como caipira que sou. Intémaisver.
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Peripécias de uma gata.


Olá meninas. Olá meninos.

Ela se chama Arthemis, e não tem a menor noção de pertencer à raça dos felinos, bem como não tem a menor ideia de ser branca, branquinha, como a neve nas sebes, ou como o leite. Este é o motivo do porque a mantenho presa na área de serviço. Não fiquem com pena. O espaço é bastante amplo e costumo soltá-la para uma “voltinha” enquanto cuido do quintal.
Arthemis está comigo já vai para dezoito anos. Se calcularmos cinco anos humanos para cada ano gatesco ela já é uma velha senhora de noventa anos e tralalá... Arthemis é a matriarca, queira os gatos ou não! Ponto final.
Dias após eu ter me mudado novamente, de novo e outra vez para Assis, fui cuidar do quintal e a Arthemis foi dar a “voltinha” dela. De repente ouvi sons de gatos brigando vindos do fundo do quintal. Como era de se esperar fui ver a ocorrência. Arthemis estava atracada com um gato negro, uma mistura que não dava para saber onde começava um e onde terminava o outro. Obviamente Arthemis estava defendendo o Seu território. A casa é dela, o quintal a ela pertence e a dona da casa também é sua propriedade.
Interferi na luta e o gato preto chispou feito corisco escalando a mangueira e vazando para a casa do vizinho. E a Arthemis? Com a perna direita quebrada...
Recolhi a danada e tentei imobilizar a perna. Mais tarde ela arrancou a tala e prosseguiu pululando em três pernas. Fazer o quê? O Senhor Tempo a todos os males há de curar. Assim os dias foram passando e a Arthemis melhorando.
Quinta feira, dia 05 os entregadores da loja vieram trazer a nova maquina de lavar. - É! Eu comprei uma nova maquina de lavar, não tenho mais idade para as roupas esfregar. – Aproveitando a porta aberta, e gente estranha no quintal a Arthemis escapou. Escalou o muro e pousou feito pássaro sobre o telhado de casa. Até aí tudo bem, o que não foi nada bom foi o fato de ela se enfiar – não me pergunte como – no forro da casa.
Resumindo; de quinta até hoje, domingo, passei dias e noites com os miados da Arthemis a me pedir que a tirasse de lá, já que não sabia como sair...
Tirar como santo Deus? Pedi ajuda. Aos Deuses.

Primeiro para a Deusa Diana: - Ó Diana, minha doce Deusa, protetora das matas e dos animais, fazei com que esta gata encontre o caminho de volta para o telhado. – Diana estava caçando em sua floresta e não ouviu meu apelo. De jeito nenhum.

Apelei pra Oxossi. – Ó bravo caçador, que matou o pássaro das nossas irmãs feiticeiras Iyá Mi Oxorongá com uma só flecha, ajudai - me. Faça com esta gata desça do telhado, quer dizer, saia do forro e desça. – Oxossi nem se importou. Deu de ombros como quem diz “se vira”.

Enviei as preces a São Francisco. – Ó Santo Santíssimo São Francisco que estais nos céus, ouve-me. Necessito da vossa ajuda. Minha gata está presa no forro, há dias sem comer e sem beber; Miando feito uma desesperada. Fazei com que ela encontre o caminho da saída e venha até o telhado da área de serviço. Aqui eu posso pega-la. – Nada! São Francisco estava no Alto do Alto do Altíssimo céu e se fez de surdo.  E a chuva caia e caia e caia...


Hoje, domingo, já que não tem tu, vai tu mesma!
Subi na escada, munida de martelo e formão. Tirei um pedaço do forro e puxei a gata pra baixo. Simples assim. Ela veio. Suja de dar pena e esfomeada de matar. Agora que já está limpa, e alimentada, dorme serena em seu ninho alheia a trabalheira que me deu.
Bem, depois desta, Arthemis que não se atreva a escapar... Tenho mais o que fazer. Tildas e nécessaires, bolsas e porta trekos, aventais e colchas, panos e cachecóis e toalhas para bordar. 
 Por hoje é só.
Bom domingo e boa semana a todos, e como caipira que sou; inte mais ver.

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Manta, ervas, dia e noite.

Olá meninas, olá meninos!

Estamos no dia um de julho do ano de dois mil e doze, após, o advento de Nosso Senhor.
O dia é o Domingo. Dia este que amanheceu estonteantemente claro, luminoso, vital e belo como deve ser um Domingo, posto que o Senhor deste dia da semana é o próprio astro Solar.
Cuidei de diversos afazeres ao longo do transcorrer das horas, mas, me dediquei mesmo nas horas após o almoço, a reiniciar o meu canteiro de ervas. Como a casa ficou alugada neste um ano e oito meses em que estive em São Paulo, e três meses fechada, ao retornar não encontrei nenhuma das tantas ervas que verdejantes proliferavam em meu quintal.
Transcorridos quase trinta dias do meu regresso e, após a imensa faxina realizada no terreno, preparei um canteiro e nele, hoje plantei: Anis, alecrim, alfazema, arruda, manjericão, salvia, hortelã. Poejo não. Também não encontrei ainda a verbena nem tampouco a Artemísia. Mas vou encontrar, essas e outras tantas ervas que antes eu cultivava; trata-se apenas de uma questão de tempo, ainda que o digníssimo Senhor Tempo esteja maluco e pra lá de apressado. Nunca vi um sujeito tão acelerado assim. Nem nas maratonas.
 E, assim o dia foi passando e como era de se esperar a luz foi sumindo lá no horizonte e a penumbra veio se achegando, esparramando-se languidamente pelo quintal. Guardei os apetrechos de jardinagem. Amanhã quando o novo Sol voltar a brilhar eu volto para mais sementes e mudas espalhar.
 O crepúsculo estava tão deliciosamente outonal em pleno inverno que eu não quis deixar o quintal. Sentei-me no balanço debaixo da mangueira das doces mangas rosa e me pus a olhar o céu com seus matizes róseos, vermelhos, amarelos, azuis e brancos. A primeira estrela pontilhou no vestido azul da Senhora do Céu e, em sua carruagem alada a linda e exuberante Lua Crescente do firmamento se apossou. E como esta é a fase do potencial de crescimento, a semente do “vir a ser” aqui estou para compartilhar com vocês mais um pouquinho do meu ser e a vocês apresentar mais uma Manta tecida com amor e carinho para agasalhar algum corpo que desta magia venha a necessitar. A magia de novamente voltar a sonhar.

Boa semana a todos, e como caipira que sou; inté mais ver.